quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Benedictus XVI, este é nome escolhido por nosso papa, veja uma possível teoria para que a igreja não tenha aceitado Benedito 16...

Pois é, segundo o Professor Mário César (nosso primeiro colaborador, já me sinto melhor, ao menos uma mente já foi trazida para o blog) A CNBB modificou contrariando a etmologia da palavra Benedictus para que o papa aqui no Brasil não fosse chamada do Benedito como em todos os outros países de língua latina. Porquê? Segund o mesmo seria pelo simples motivo de São Benedito ser um santo preto. Racismo? Pensei que a Igreja fosse para unir as pessoas e não diferenciá-las. Leia e reflita, após comente
Benedito 16
Dom Hugo Cavalcante da CNBB, enviou-me alguns argumentos defendendo o nome português Bento e não Benedito como tradução apropriada para o nome latino Benedictus, adotado pelo papa. Enviou-me através de um artigo já publicado no site da CNBB – “Porque o nome do papa é Bento e não Benedito!”. Está no artigo de Dom Hugo que os nomes Bento e Benedito vêm do verbo latino benedicere , que em português significa bendizer, com o particípio passado bendito, na forma erudita, e benzer, com duplo particípio (benzido, bento) na forma popular.
O consultor da CNBB, no entanto, não se estendeu para explicar que o verbo latino benedicere sofreu historicamente a oclusão da sílaba di e em seguida da vogal e para formar o verbo popular bencere. O mesmo fenômeno ocorreu com o verbo português bendizer: perdeu o di para se tornar benzer.
Assim, de bencere e benzer nasceu o nome Bento; e de benedicere e bendizer surgiu o Benedito. Sabendo-se que o papa chamou-se Benedictus e não Bentus, por que Bento e não Benedito 16?
Dom Hugo também afirma em seu artigo que “como nome próprio, Benedictus, do latim tem uma só forma em algumas línguas latinas – Benôit (fr), Benedetto (it). Na língua portuguesa o nome Bento já veio com os colonizadores, referindo-se a um santo.” São Bento. Dois problemas: o fato de os portugueses trazerem para o Brasil a devoção de São Bento não significa que o nome do santo tenha alguma relação com o substantivo próprio Benedictus. Bento e Benedito são dois nomes distintos e cada qual com sua origem: Bentos é filho de benzer e Benedito é descendente de bendizer, ou seja, bendizer não justifica Bento e benzer não fundamenta Benedito. O segundo problema é de colonização e libertação: somos livres politicamente de Portugal desde 1822 e culturalmente desde a Semana de Arte Moderna de 1922. Se os portugueses querem Bento, isso lá é com eles.
Noutro argumento, Dom Hugo diz que “na igreja existe um São Benedito, o qual morreu em 1589, portanto. 1042 anos depois de São Bento. No Brasil, quando os negros começaram sua devoção a esse santo, chamaram-no, eruditamente, de Benedito, para não confundir com o São Bento dos beneditinos”. Este argumento seria ainda melhor se o consultor da CNBB aproximasse esssas informações ao seguinte fato: o primeiro papa Benedictus é do ano de 579 e São Benedito morreu em 1589, portanto o nome do papa não tem qualquer relação com o santo Benedito.
E não tem mesmo. Nem com o São Benedito nem com o São Bento. Aquele que viria a ser São Bento morreu no ano de 547. Apenas 32 anos após sua morte, em 579, deu-se o primeiro papa como o nome Benedictus. Em 593, São Gregório Magno, papa de 590 a 604, escreveu a biografia do fundador da Ordem dos Beneditinos e não se refere a Bento como santo, ou seja, quando foi dirigida pelo papa Benedictus I, São Bento ainda não era, santo, não tinha sido canonizado, e só por isso o nome do papa não podia ser uma referência a ele.
Mario César Rodrigues é professor e escritor, membro da Academia Araçatubense de Letras.

Nenhum comentário:

Use o Google pelo Cerebelus

Pesquisa personalizada