sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

A Correspondência de Fradique Mendes

Um homem só deve falar, com impecável segurança e pureza, a língua da sua terra: - todas as outras as deve falar mal, orgulhosamente mal, com aquele acento chato e falso que denuncia logo o estrangeiro. Na língua verdadeiramente reside a nacionalidade; e quem for possuindo com crescente perfeição os idiomas da Europa vai gradualmente sofrendo uma desnacionalização. Não há já para ele o especial e exclusivo encanto da «fala materna» com as suas influências afectivas, que o envolvem, o isolam das outras raças; e o cosmopolitismo do verbo irremediavelmente lhe dá o cosmopolitismo do carácter. Por isso o poliglota nunca é patriota. Com cada idioma alheio que assimila, introduzem-se-lhe no organismo moral modos alheios de pensar, modos alheios de sentir. O seu patriotismo desaparece, diluído em estrangeirismo. «Rue de Rivoli», «Calle d’Alcalá», «Regent Street», «Willhelm Strasse» - que lhe importa? Todas são ruas, de pedra ou de macadame. Em todas a fala ambiente lhe oferece um elemento natural e congénere onde o seu espírito se move livremente, espontaneamente, sem hesitações, sem atritos. E como pelo verbo, que é o instrumento essencial da fusão humana, se pode fundir com todas – em todas sente e aceita uma pátria.
Por outro lado, o esforço contínuo de um homem para se exprimir, com genuína e exacta propriedade de construção e de acento, em idiomas estranhos – isto é, o esforço para se confundir com gentes estranhas no que elas têm de essencialmente característico, o verbo - apaga nele toda a individualidade nativa. Ao fim de anos esse habilidoso, que chegou a falar absolutamente bem outras línguas além da sua, perdeu toda a originalidade de espírito - porque as suas ideias forçosamente devem ter a natureza incaracterística e neutra adaptadas às línguas mais opostas em carácter e génio. Devem, de facto, ser como aqueles «corpos de pobre» de que tão tristemente fala o povo – «que cabem bem na roupa de toda a gente».
Além disso, o propósito de pronunciar com perfeição línguas estrangeiras constitui uma lamentável sabujice com o estrangeiro. Há aí, diante dele, como o desejo servil de «não sermos nós mesmos», de nos fundirmos nele, no que ele tem de mais seu, de mais próprio, o vocábulo. Ora isto é uma abdicação de dignidade nacional. Não, minha senhora! Falemos nobremente mal, patrioticamente mal, as línguas dos outros! Mesmo porque aos estrangeiros o poliglota só inspira desconfiança, como ser que não tem raízes, nem lar estável – ser que rola através das nacionalidades alheias, sucessivamente se disfarça nelas, e tenta uma instalação de vida em todas porque não é tolerado por nenhuma. Com efeito, se a minha amiga percorrer a «Gazeta dos Tribunais», verá que o perfeito poliglotismo é um instrumento de alta «escroquerie».


(Eça de Queirós)

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Não existem pingüins na praia do Guanabara

Pesquisas afirmam: “o brasileiro lê pouco”. Periodicamente publicam-se reportagens e pesquisas que visam à comparação do povo europeu, leitores ávidos, ao brasileiro. Tamanha prova de ignorância e ingenuidade a mídia não poderia dar. Comparar o Brasil – Imprensa régia, 1808 – com o continente natal de Gutemberg, chega a tirar a credibilidade das instituições de ensino que expeliram estes jornalistas/pesquisadores.
Em média um livro custa R$ 40,00 ao passo que um jogo de console US$ 70,00, ou seja, está correta a afirmação: “brasileiros lêem pouco devido ao preço do livro”? Qual a base destes pesquisadores para proferir tal frase? Pesquisa – investigação e estudo, minudentes e sistemáticos para averiguar a verdade.
O Brasil torna-se país, deixa de ser colônia, em 1808 – 200 anos – Aquém eram apenas um cruzamento da súcia de Portugal com índios e escravos, todos analfabetos. Assim como ursos polares não surfam, colocar um brasileiro analfabeto e acostumado a viver nu na praia quente, trancafiado frente às páginas e páginas de introspecção em preto e branco, vestindo roupas feitas para a neve européia não deu muito certo.
Em 1926 somente que surgem as primeiras editoras em São Paulo e doze anos depois em 1938 foi criado o INEP, pois urgia uma instituição para controlar o grande número de publicações daquela época. O brasileiro lê pouco?
Ler é um exercício intelectual, é praticar a concentração e a criatividade, filosofar sobre o mundo e a sociedade. Nem todo brasileiro é como “Pelé”, assim como nem todo ser humano esta apto a ler. Logo quem nasce no continente de Gutemberg e não pode jogar bola na praia lê trancado em casa frente à lareira. Não obstante quem vive no Brasil, onde sua-se na sombra, usa seu tempo livre refrescando-se no mar.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Eu amo minha vida e não me arrependo de nada!(?)

Um dia você acaba descobrindo que:
_ Nem tudo é perfeito;
_ Muitas vezes você vai precisar fazer algo que, antes achava errado;
_Que as vezes quem você mais ama será quem mais irá te enganar;
_ Entretanto as descobertas fazem você filosorfar e assim crescer;
_ O sentido da vida é a morte, nada mais nada menos, o seu corpo apodrece como qualquer outra matéria morta, mas continuarão as pessoas em que o coração você tocou. Então viva cada segundo intensamente, faça o melhor possível com o que estiver ao seu alcance.
_ O amor é relativo, ele acontece, sim acontece, sempre, não nem sempre. Algumas vezes você se entregará para alguém que no momento parece a pessoa certa, mas ao acordar e olhar para o lado perceberá a verdade, boa ou ruim, mas a verdade.
_ A sinseridade não é boa, não para nós humanos que erramos e pecamos. Seja sincero, não minta jamais, entretando fique ciente de que nem sempre será aclamado por isto.
_ Viver não pode se resumir a uma lista desta, na verdade esta lista não serve para nada, foi apenas uma forma encontrada de dizer que:
Viva! Ame! Coma! Viva! Ame! Durma! Viva! Ame! Apaixone-se! e Viva! E se puder, não repita seus erros, mesmo que assim dê a oportunidade para que apareçam outros. Errar faz bem, errar é humano, errar é provar para o mundo que você tentou acertar...

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