sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Não existem pingüins na praia do Guanabara

Pesquisas afirmam: “o brasileiro lê pouco”. Periodicamente publicam-se reportagens e pesquisas que visam à comparação do povo europeu, leitores ávidos, ao brasileiro. Tamanha prova de ignorância e ingenuidade a mídia não poderia dar. Comparar o Brasil – Imprensa régia, 1808 – com o continente natal de Gutemberg, chega a tirar a credibilidade das instituições de ensino que expeliram estes jornalistas/pesquisadores.
Em média um livro custa R$ 40,00 ao passo que um jogo de console US$ 70,00, ou seja, está correta a afirmação: “brasileiros lêem pouco devido ao preço do livro”? Qual a base destes pesquisadores para proferir tal frase? Pesquisa – investigação e estudo, minudentes e sistemáticos para averiguar a verdade.
O Brasil torna-se país, deixa de ser colônia, em 1808 – 200 anos – Aquém eram apenas um cruzamento da súcia de Portugal com índios e escravos, todos analfabetos. Assim como ursos polares não surfam, colocar um brasileiro analfabeto e acostumado a viver nu na praia quente, trancafiado frente às páginas e páginas de introspecção em preto e branco, vestindo roupas feitas para a neve européia não deu muito certo.
Em 1926 somente que surgem as primeiras editoras em São Paulo e doze anos depois em 1938 foi criado o INEP, pois urgia uma instituição para controlar o grande número de publicações daquela época. O brasileiro lê pouco?
Ler é um exercício intelectual, é praticar a concentração e a criatividade, filosofar sobre o mundo e a sociedade. Nem todo brasileiro é como “Pelé”, assim como nem todo ser humano esta apto a ler. Logo quem nasce no continente de Gutemberg e não pode jogar bola na praia lê trancado em casa frente à lareira. Não obstante quem vive no Brasil, onde sua-se na sombra, usa seu tempo livre refrescando-se no mar.

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